18 de jun. de 2013

a revolução começa no seu coração




Minha primeira lembrança política é de 1984. Eu tinha apenas 9 anos de idade, mas a TV me pôs lá, ao lado de artistas e líderes que eu admirava, sem nenhum porquê. Oito anos depois, em 1992, eu estava fisicamente lá. Com a cara pintada, uma estrela vermelha no peito e a garganta arranhando de fé.

Minha geração ocupou a praça. A praça do sonho e da marra. A praça da graça, da massa, tomada na raça. Reclamamos direitos, denunciamos picaretagens sistêmicas da nossa semi-democracia e demos a cara à tapa. Conquistamos (se é que se pode dizer assim) o direito de pôr (em 1984) e de depôr (em 1992).



Despertar o gigante não é mais tão difícil. As redes sociais amplificaram a nossa voz e esticaram a nossa visão de mundo. Descobrimo-nos parte de um todo. Um todo maior que a bandeira dos 20 centavos. Maior até que a bandeira de uma nação. Somos uma só raça - a humana - e queremos viver como tal, sob quaisquer regimes, bandeiras, crenças e culturas. Na ânsia de protagonizar, gritamos "não" à figuração.

Mas, no fim das contas, a única revolução possível começa no coração. Onde o indivíduo decide manter o sentido e inverter a direção, renunciando à rebelião contra quem o fez à sua própria imagem e semelhança. Essa revolução muda a mente e a cultura, mexe com o bolso e com a economia, dirige o voto e a política, refaz a agenda e as reivindicações, formata as relações e as sociedades.

Enquanto seguirmos vestindo grifes que escravizam, consumindo a "cultura" de quem patrocina o tráfico (e seus derivados, como a violência, a corrupção, a exploração e o terror), negociando valores, abrindo concessões, votando por conveniência (e sem convicção), explorando e enganando o bem-próximo, podemos fazer de tudo, menos Revolução... de novo.
Autor: Léo Barbosa

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